sábado, 21 de novembro de 2009

"Life is full of possibilities"


Ontem fui a uma festa de aniversário de 90 anos de uma avó muito querida. No meio da festa, todos falando de longevidade - "será que chegaremos lá?", "90 anos são suficientes? é tempo demais ou de menos?".
Voltei pra casa pensando em como a vida é cheia de possibilidades e que em 90 anos é possível ir e voltar, tomar tantos caminhos, definir e redefinir-se, inventar e reinventar-se.
Meus sonhos da noite de ontem pra hoje parecem ter seguido um pouco meus pensamentos e lembro que às vezes as imagens eram rápidas - com pessoas crescendo diante de mim, correndo, afobadas - e às vezes eram lentas - um rosto novo olhando demoradamente um rosto velho e um sorriso se formando. Uma imagem era repetida: eu podia sentir a pálpebra e os cílios das outras pessoas se movendo lentamente. O engraçado era que a sensação era bem tátil - eu sentia (não era só a visão) a pálpebra e os cílios.

Acordei e a primeira música que ouvi foi uma faixa de 2002 chamada "(This is) the dream of Evan and Chan" de um projeto meio indie, meio eletrônico chamado DNTEL.


Esta faixa foi um single de um álbum que se chama (justamente!) Life is full of possibilities, lançado em 2001.
Os versos da composição tentam reconstituir a atmosfera de um sonho em que há fumaça, alguém cantando coisas incompreensíveis e depois dizendo um segredo, uma lembrança de uma música de 1993, aplausos, uma sensação de cílios tocando lentamente um pescoço, a sensação da perfeição, o som de um telefone tocando... Foi muito déja vu pra uma manhã... rs

O DNTEL é um projeto de Jimmy Tamborello que segue a linha IDM, ambient. No single de "(This is) the dream of Evan and Chan" ele contou com a participação de Ben Gibbard (da banda indie Death Cab for Cutie) nos vocais. A parceria deu tão certo que os dois se juntaram e formaram a banda The Postal Service.
Reza a lenda que a letra saiu de um "sonho indie" (rs!) que Ben teve com Evan Dando do Lemonheads (talvez por isso a referência a 1993, ano em que a banda lançou o álbum Come on feel The Lemonheads) e Cat Power (cujo nome verdadeiro é Chan Marshall). Dizem também que a música influenciou "The dream of Win and Regine" do Final Fantasy - de fato, é possível perceber semelhanças entre elas (aliás, adoooro os violinos dessa faixa do Final Fantasy).

O single saiu em 2002 pelo selo independente Plug Research -
que lançou também John Tejada (que eu adoro!) e Thomas Fehlmann - com remixes muito melhores do que a versão original e com a faixa bônus "Your hill".
O mais legal deste single é como cada um conseguiu transformar a original, acrescentando, mudando ou retirando vocais.
A alemã Barbara Morgenstern mesclou seus vocais com os de Ben Gibbard. Já o Lali Puna retirou o vocal, e trabalhou em cima da atmosfera sugerida pela versão original - o resultado bem que poderia ser o som ambiente do sonho indie de Ben.

O projeto Safety Scissors arrasou: convidou o nerd nórdico & querido Erlend Øye pra cantar e reconstruiu a atmosfera da faixa.

Mas apesar de eu adorar todas essas versões, não há como negar que o melhor resultado quem teve foi o Superpitcher. Conseguiu criar uma faixa que traz pra pista um clima ao mesmo tempo melancólico, nostálgico, blissful. É dessa versão que sempre me lembro. Ela é sem dúvida o resultado mais bem acabado, pois conseguiu juntar ótimas batidas e dar mais evidência ao vocal de Gibbard. Peguem esta versão e se deliciem nessa viagem cantando:

I won't let go, I won't let go
Even if you say so, oh no
I've tried and tried with no results
I won't let go, I won't let go






Beijos da Babooshka (que acordou indie hoje! hehe)

Um comentário:

  1. baboo linda e indie, este post tá tão bacana, tão sensível e tão bonito que até indiquei no meu twitter (fazendo a importante feelings... rs). e sim, life is full of possibilities! e é isso que faz dela uma coisa assim tão incompreensivelmente linda e grande. te quiero, mi amor.
    beijo

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