quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A casa da House


Muita gente ficou surpresa com a notícia de que a Trax Records vai lançar este ano justamente Azari & III, uma dupla que reverencia a sonoridade dessa gravadora de Chicago, pioneira da house music. A gente sabe que há um tempo o selo andava apagadinho e vinha sendo comandando por uma gravadora canadense. Por isso, lançar a dupla que foi assunto no post anterior não devia ser uma surpresa, visto que o selo já vinha se ocupando de artistas canadenses... mas que essa foi uma boa estratégia para ressurgir das cinzas isso foi.

O melhor é que a Trax vai ressurgir fazendo o que já vinha fazendo nos últimos tempos: relançando os seus clássicos dos 80 e 90, soltando coletâneas do tipo "The best of Trax", misturando faixas recentes e antigas em coletâneas mixadas e quem sabe até chame a atenção pra coisas obscuras (e não tão boas) do seu catálogo.

Bom, mas neste post eu não quero falar das coletâneas fuleirinhas dos últimos anos, nem dizer que a Trax ficou famosa por ter muitos lançamentos em vinis de pouca qualidade, não quero mencionar que ela deixou de pagar direito$ pra vários artistas e nem vou falar também que muitos artistas só conseguiram seu$ dinheiro$ no fim da década de 1990. Não vou falar nada disso - apesar de ser o que dizem por aí...

Eu quero falar é da importância dela!
Tudo bem que ela não foi a única gravadora de Chicago, mas não dá pra não considerar que foi ela que de certa forma se tornou emblema de um gênero que já vinha dando os primeiros passos no lendário clube Warehouse.

Pra quem não sabe (e, sim, eu sou daquelas que acham que ninguém é obrigado a saber de tudo), a Trax Records foi a casa da house. Apelidada por muita gente de "A Motown de uma geração". O que pra mim não soa como exagero. Sem ela, não teríamos por exemplo Frankie Knuckles, Maurice Joshua, Adonis, Larry Heard, Robert Owens, Ron Hardy, Farley "Jackmaster" Funk, Screamin' Rachael, Marshall Jefferson, Phuture e... bem, acho que não dá pra citar todos né. Quem gosta e entende de house music sabe o peso que essa lista tem.

Tenho a sensação de que esse catálogo será mais que revisitado a partir deste ano. Basta olhar o número de faixas que tem saído nos últimos tempos com referências a essa sonoridade da house pioneira.
Então, vamos às músicas! Despretensiosamente eu selecionei sete das faixas que considero os meus clássicos da Trax e divido com vocês!

Começando com uma faixa linda que já esteve por aqui e que representa bem aquela famosa frase "house was about love" do Blaze: Frankie Knuckles ft Jamie Principle "Your Love"


Num clima bem deep, agora o Larry Heard, o cara por trás do Mr. Fingers (que ele lançava também como Fingers Inc.). Quem não conhece o clássico de todos os tempos "Can you feel it"? Tem milhares de versões, mas a originalíssima é esta aqui:


Depois uma voz maravilhosa e sexy quebrando as paredes. Pra mim, ele tem uma das vozes mais clássicas e classudas da house: Robert Owens "Bringing down the walls"



Pra fazer a ponte entre a coisa mais dark e a mais festeira, eu escolho uma faixa que já ouvi ser tachada de medíocre, inexpressiva, pouco interessante; pra mim, no entanto, ela bem merecia atenção (quem sabe um re-edit? fica aí a dica, produtores!): Kevin Irving "Children of the night"



Passando para um clima acid, vamos ao Adonis. Tenho que dizer que amo as produções dele e foi difícil deixar a famosa "No way back" de fora. Escolhi aqui uma que me deixa louca: "Rocking down the house"



Fechando num clima festeiro, com duas faixas que são irmãs e que eu acho que deveriam tocar em todas as festas. Primeiro, a irmã mais nova, de 1988: Curtis McClaine and On The House: Let's get busy



Por fim, a house matadora irmã mais velha, de 1986: Marshall Jefferson: Move your body (House Music Anthem)



Espero que vocês se divirtam!

Beijos de Babooshka - hoje, mais que nunca, "lost in house music" ;-)

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